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Time EMA @ Cybathlon 2016

Temos orgulho de ter participado da primeira competição onde atletas com deficiência puderam usar a melhor tecnologia para assistência e reabilitação disponível no mundo

Em 2014, éramos um grupo de pesquisadores que trabalhava com tecnologia para pessoas com deficiência motora na Universidade de Brasília. Aquela foi a primeira vez em que ouvimos sobre o Cybathlon, uma competição incluindo seis categorias baseadas em tecnologias construídas para pessoas com deficiência. Nosso sentimento era unânime: tínhamos que fazer parte disso.

Caminho para o Cybathlon

Nosso caminho para a competição apresentou desafios técnicos, clínicos, financeiros. Para todos esses desafios, encontramos parceiros ao longo do caminho que forneceram ajuda inestimável.

O primeiro desafio foi desenvolver o nosso próprio triciclo que permitiria o ciclismo assistido por estimulação elétrica para pessoas com paraplegia. Embora nossa tecnologia tenha sido totalmente desenvolvida em Brasília, nós compartilhamos questões e decisões técnicas com o Time Freewheels, da França. Tivemos a oportunidade de acompanhar sessões de treinamento em Dijon, enquanto eles também nos visitaram. Merci! Nossos colegas franceses também se classificaram para a competição final. Confira as fotos abaixo!

Outro parceiro fundamental foi o Cetefe, o principal centro de treinamento paralímpico do Centro-Oeste. Eles compartilharam todo seu conhecimentos e forneceram acesso completo a instalações de treinamento. Foi também no Cetefe onde conhecemos muitos atletas em potencial para o Cybathlon e outros protocolos.

Finalmente, além do fundamental apoio obtido da CAPES e do CNPq para o desenvolvimento científico do projeto, recebemos ajuda financeira direta por meio de uma campanha de crowdfunding no Catarse. Foi uma sensação fantástica alcançar pessoas de tantos lugares no planeta, que nos honraram com sua a confiança e esperança. Muito obrigado pelo apoio!

Desenvolvimento e treinamento

Muitos no grupo original tinham experiência prévia no desenvolvimento de tecnologias e protocolos clínicos baseados em estimulação elétrica. Mas o caminho para o Cybathlon apresentou novos desafios. Lucas Fonseca, líder do desenvolvimento tecnológico, e Juliana Guimarães, fisioterapeuta especialista, foram vitais nesse processo. Ambos planejaram e implementaram as etapas necessárias para validar a tecnologia e, em seguida, selecionar o piloto que seria preparado para a competição.

Após rodadas iniciais de testes com 14 atletas, Estevão Lopes foi selecionado como piloto principal para a competição. Estevão é um atleta que compete em eventos paralímpicos, como vela, remo e levantamento de peso. Mas em todas as suas atividades esportivas ele não recebe qualquer suporte dos músculos da perna, visto que possui paraplegia completa.

Apesar de seu apertado cronograma envolvendo treinamento em outras atividades esportivas e compromissos profissionais como advogado, Estevão se dedicou totalmente a sua preparação para a competição de ciclismo no Cybathlon. Seu treinamento começou com sessões baseadas em contração muscular isométrica induzida por estimulação elétrica e, posteriormente, evoluiu para ciclismo móvel auxiliado por estímulos elétricos.

Competição

Semanas antes da corrida, Estevão estava aprimorando seu desempenho, passando de bicicleta estacionária para móvel. Suas últimas sessões de treinamento no Brasil foram focadas em otimizar as habilidades necessárias para pilotar o sistema de controle que contrai de forma coordenada os músculos da perna para produzir movimento de bicicleta.

Chegamos a Zurique três dias antes da competição. Enquanto nos adaptávamos ao clima mais frio de latitudes mais altas, finalmente encontramos equipes e pilotos de diferentes categorias que participaram do Cybathlon. Passamos com sucesso em testes médicos e tecnológicos e nos preparamos para a corrida que aconteceu no dia seguinte.

No dia da corrida, o sistema funcionou sem problemas, sem falhas ou defeitos. Na primeira rodada, nossa equipe competiu contra a BerkelBike UK. Estevão foi um dos pilotos mais rápidos na parte inicial da corrida. Ele usou 3 canais de estimulação em cada perna. Em uma decisão de última hora, não aplicamos estimulação aos isquiotibiais, de forma a buscar reduzir o nível de espasticidade. Os espasmos, no entanto, continuaram, e Estevão não conseguiu completar os 750 metros que caracterizavam a prova completa. No entanto, ele alcançou o 8º melhor desempenho geral, classificando-se para a rodada final. Na segunda rodada, os espasmos ainda continuaram ocorrendo, mas Estevão mais uma vez apresentou um início muito rápido. No ranking final, Estevão alcançou novamente a 8ª posição geral.

Endereço

Campus Universitário Darcy Ribeiro, SG-11                    
Brasília, Brazil

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